Um alerta global foi emitido por cientistas da Universidade de Manchester, na Inglaterra, sobre a expansão de fungos mortais que podem infectar milhões de pessoas devido às mudanças climáticas. Segundo o estudo, o Aspergillus fumigatus – responsável por graves doenças pulmonares e cerebrais – pode se espalhar por até 77% da Europa até 2100, atingindo cerca de 9 milhões de pessoas, caso o uso de combustíveis fósseis continue em alta.
O fungo, que já representa uma das principais causas de infecções respiratórias graves, torna-se ainda mais preocupante diante da sua resistência a medicamentos antifúngicos e da escassez de opções eficazes de tratamento. Pessoas com asma, fibrose cística ou com o sistema imunológico comprometido estão entre os grupos mais vulneráveis.
Além das ameaças à saúde humana, o Aspergillus fumigatus e o Aspergillus flavus também colocam em risco a segurança alimentar, afetando plantações e a pecuária. Regiões como China, Rússia, Escandinávia, Alasca, Brasil e países africanos podem sofrer impactos severos em seus ecossistemas e cadeias alimentares.
Especialistas alertam que, sem a redução urgente da queima de combustíveis fósseis, o planeta enfrentará não apenas crises ambientais, mas também pandemias silenciosas causadas por organismos resistentes e desconhecidos. Mais de 90% das espécies de fungos do planeta ainda não foram catalogadas pela ciência.
Apesar de algumas aplicações industriais desses fungos – como na fermentação de alimentos –, seu potencial patogênico é crescente, especialmente pela capacidade de sobreviver em ambientes com temperatura semelhante ao corpo humano (37°C).
