Brasília – O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) na manhã da ultima sexta-feira (13), em Brasília. A oitiva faz parte de uma investigação que apura suspeitas de que Cid teria tentado obter um passaporte para sair do Brasil de forma irregular.

A informação foi inicialmente divulgada pela CNN Brasil e GloboNews, e confirmada posteriormente pela Reuters junto a uma fonte da PF. Segundo a corporação, Cid foi alvo de mandado de busca e apreensão em sua residência no Setor Militar Urbano, área onde mora na capital federal.

A ação também resultou na prisão preventiva do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, que teria atuado em favor de Mauro Cid na tentativa de fuga. Endereços ligados a Machado, incluindo um em Recife (PE), foram alvos de mandados judiciais.

A Polícia Federal confirmou o cumprimento de dois mandados de busca e um de prisão preventiva expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas não mencionou os nomes dos alvos. A decisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou que os atos fossem feitos de forma discreta, sem “espetacularização”.

De acordo com o advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, a prisão chegou a ser decretada, mas foi revogada antes do cumprimento, e o militar prestou esclarecimentos de forma voluntária.

Cid já havia sido preso em 2023, mas foi solto após firmar acordo de delação premiada em meio às investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado com a participação de Bolsonaro. Em seu depoimento ao STF, na última segunda-feira (10), ele declarou que o ex-presidente chegou a ler e modificar uma minuta golpista, mantendo apenas a ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes.

A Procuradoria-Geral da República chegou a pedir a prisão de Cid, mas a solicitação não foi acatada.