Durante discurso na Cúpula do G7, realizada nesta terça-feira (17) no Canadá, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou pela primeira vez sobre o conflito entre Israel e Irã. Lula alertou para o risco de o Oriente Médio se transformar em um “único campo de batalha”, em razão dos recentes ataques israelenses contra território iraniano.

“Os recentes ataques de Israel ao Irã ameaçam fazer do Oriente Médio um único campo de batalha, com consequências globais inestimáveis”, declarou o presidente, ao se dirigir a 16 líderes internacionais presentes em um almoço de trabalho promovido durante o encontro.

A declaração segue a mesma linha adotada pelo Itamaraty em nota anterior, que evitou condenar diretamente a resposta militar do Irã e não mencionou o programa nuclear do país persa. A posição brasileira contrasta com a do G7, que em seu comunicado oficial defendeu o direito de Israel à autodefesa e condenou o avanço do programa nuclear iraniano.

Segundo informações da jornalista Débora Bergamasco, da CNN Brasil, Lula abordou o tema durante a sessão dedicada à “segurança energética”, aproveitando o espaço para contextualizar os efeitos do conflito na estabilidade geopolítica e econômica global. O presidente manteve um tom de equilíbrio ao não adotar uma postura mais incisiva contra nenhuma das partes envolvidas.

A posição do Brasil reforça sua tentativa de manter uma diplomacia de neutralidade ativa, priorizando o diálogo multilateral e evitando o alinhamento automático a blocos militares ou ideológicos em conflitos internacionais.

O posicionamento brasileiro, no entanto, gerou reações nos bastidores do G7, uma vez que a maioria dos países presentes adotou uma retórica mais crítica ao Irã, especialmente em relação ao seu programa nuclear e ao apoio a grupos armados na região.