Nos últimos anos, a busca por cirurgias plásticas e procedimentos estéticos entre os homens vem crescendo significativamente no Brasil. Antes associadas quase exclusivamente ao público feminino, essas práticas agora conquistam também os homens, impulsionadas por transformações culturais e sociais.
Fatores como maior aceitação social, aumento da expectativa de vida, competitividade no mercado de trabalho, influência das redes sociais e a busca por autoestima e bem-estar têm motivado esse novo perfil de paciente. A mudança de comportamento é evidenciada por dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), que mostram que os homens já representam cerca de 30% dos atendimentos nas clínicas especializadas no país, um dos líderes globais no setor.
Entre os procedimentos mais realizados estão a lipoaspiração, ginecomastia (remoção do excesso de tecido mamário), transplante capilar, blefaroplastia (cirurgia nas pálpebras) e rinoplastia (cirurgia no nariz). Além disso, uma pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) aponta que os homens realizaram mais de 2,2 milhões de procedimentos no mundo, correspondendo a 14,3% do total global.
O cirurgião plástico André Eyler, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da American Society of Plastic Surgeons, destaca que, além das cirurgias, cresce também a procura por tratamentos minimamente invasivos. “Preenchimentos faciais, toxina botulínica (botox) e tecnologias como o laser têm sido muito buscados por oferecerem resultados rápidos e com menor tempo de recuperação”, explica.
Segundo Eyler, esse movimento reflete uma valorização crescente da medicina preventiva e do autocuidado masculino. “O corpo deixou de ser apenas um instrumento funcional e passou a ser visto como parte da identidade, saúde emocional e qualidade de vida do indivíduo. E os procedimentos estéticos contribuem para isso”, conclui o especialista.
