A mineira Carolina Arruda, de 27 anos, será submetida a um coma induzido como medida paliativa diante de um quadro severo de neuralgia do trigêmeo. Diagnosticada em 2017 com a condição neurológica considerada uma das mais dolorosas do mundo, ela afirma que o procedimento extremo é sua última esperança após seis cirurgias cerebrais sem sucesso.

A internação está marcada para o dia 13 de agosto, na Santa Casa de Alfenas, no Sul de Minas Gerais. Segundo Carolina, o objetivo do coma induzido é tentar “reiniciar” o cérebro para que ele volte a responder aos medicamentos, que atualmente não têm qualquer efeito. O procedimento deverá durar até cinco dias.

A neuralgia do trigêmeo afeta menos de 0,3% da população mundial, e a forma bilateral da doença — que atinge os dois lados do rosto — é ainda mais rara. O quadro clínico é caracterizado por crises recorrentes de dor intensa e aguda no rosto, muitas vezes descritas como choques ou pontadas lancinantes.

Em relato nas redes sociais, Carolina desabafou sobre a complexidade de sua situação. “Imagina ser colocada em coma induzido, entubada, sedada, inconsciente por dias. Não porque você sofreu um acidente grave, mas porque a dor que você sente é tão absurda, tão desumana, que nem os remédios mais fortes do mundo funcionam mais.”

Ela também comentou sobre a incerteza do resultado: “A única esperança é que, quando eu acordar, meu cérebro aceite de novo os medicamentos. Mas nem os médicos sabem se isso vai acontecer.”

Em 2023, diante do sofrimento contínuo, Carolina chegou a considerar sair do Brasil para realizar eutanásia ou suicídio assistido — procedimentos que são proibidos pela legislação brasileira.

A jovem tem usado suas redes para conscientizar sobre a condição e registrar a luta diária contra a dor crônica. “Chegar nesse ponto é desesperador. Eu só queria ter um pouco de paz”, escreveu.