O Observatório Vera C. Rubin, localizado na Colina Pachón, na região de Coquimbo, no Chile, começou a divulgar suas primeiras imagens do cosmos com a maior câmera digital do mundo, com impressionantes 3.200 megapixels. Em apenas 10 horas de operação, o equipamento já identificou mais de 2.100 asteroides nunca antes vistos, abrindo caminho para descobertas que podem revelar detalhes da formação do sistema solar e eventuais ameaças à Terra.

Galáxias distantes são vistas em uma imagem produzida pelo Observatório Vera C. Rubin, no Cerro Pachon, Região de Coquimbo, Chile, em 18 de junho de 2025 — Foto: RubinObs/NOIRLab/SLAC/NSF/DOE/AURA/Handout via REUTERS
Com um telescópio de 8,4 metros, o observatório é capaz de capturar cerca de 1.000 imagens por noite do céu do hemisfério sul. O ambiente seco e de céus escuros do deserto do Atacama transforma o local em um dos pontos mais propícios do planeta para a observação astronômica.
De acordo com o projeto, o Rubin cobre todo o céu do hemisfério sul a cada três ou quatro noites, permitindo um monitoramento amplo e contínuo. As imagens iniciais incluem registros detalhados de corpos celestes como a Nebulosa Trífida.

A Nebulosa Trífida é vista em uma imagem produzida pelo Observatório Vera C. Rubin, no Cerro Pachón, Região de Coquimbo, Chile, em 12 de junho de 2025. — Foto: RubinObs/NOIRLab/SLAC/NSF/DOE/AURA/Handout via REUTERS
Para lidar com o gigantesco volume de dados — estimado em até 20 bilhões de medições de galáxias — o observatório conta com sistemas avançados de processamento e inteligência artificial. “O número de alertas enviados por noite será como as caixas de entrada de 83 mil pessoas”, disse o astrofísico Francisco Foster.
O projeto leva o nome da astrônoma norte-americana Vera C. Rubin, que foi pioneira na descoberta de evidências sobre a existência da matéria escura. Segundo o gerente de dados do projeto, William O’Mullane, a iniciativa promete transformar a maneira como os cientistas trabalham com dados astronômicos, proporcionando um salto sem precedentes na observação do universo.

O aglomerado estelar aberto Messier 21 é visto em uma imagem produzida pelo Observatório Vera C. Rubin, em Pachón, Região de Coquimbo, Chile, em 12 de junho de 2025. — Foto: RubinObs/NOIRLab/SLAC/NSF/DOE/AURA/Handout via REUTERS