TAXA DE NATALIDADE CAI AO MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA E BRASIL FICA ABAIXO DA REPOSIÇÃO POPULACIONAL

Por Redação 28/06/2025 16:00 • Atualizado Há 3 dias
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O Brasil registrou a menor taxa de fecundidade já medida em sua história, com 1,6 filho por mulher, segundo dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice está abaixo do nível de reposição populacional, considerado de 2,1 filhos por mulher — mínimo necessário para manter estável o tamanho da população ao longo das gerações.

A queda é parte de um processo que vem se acentuando desde os anos 1970 e que ganhou força especialmente nas regiões urbanas, entre mulheres com maior escolaridade e em idade mais avançada. Em 1960, a taxa era de 6,3 filhos por mulher. Em 2000, já havia caído para 2,4.

Diferenças por região, escolaridade e religião

A menor taxa de fecundidade foi registrada no Sudeste (1,41), seguido do Sul (1,50), Centro-Oeste (1,64), Nordeste (1,60) e Norte (1,89). Entre os grupos sociais, mulheres indígenas apresentaram a média mais alta (2,8 filhos), enquanto as mulheres brancas tiveram a menor (1,4).

A escolaridade também influenciou os resultados: mulheres com ensino superior completo tiveram, em média, 1,2 filho, enquanto aquelas com menor nível de instrução se aproximaram de 2.

Entre os grupos religiosos, as evangélicas lideram com média de 1,7 filho, seguidas por católicas (1,5), sem religião (1,4), religiões de matriz africana (1,2) e espíritas (1,0).

Maternidade mais tardia

O levantamento também indica que as brasileiras estão tendo filhos mais tarde. A idade média da maternidade chegou a 28,1 anos em 2022 — em 2000, era 26,3 anos. A maior concentração de nascimentos mudou da faixa de 20 a 24 anos (em 2010) para a de 25 a 29 anos.

O Distrito Federal teve a maior média de idade materna (29,3 anos), enquanto o Pará registrou a menor (26,8 anos). Houve queda na fecundidade entre mulheres com menos de 24 anos e aumento entre aquelas com mais de 30.

Mais mulheres sem filhos

O Censo também mostrou aumento na proporção de mulheres que encerram a fase reprodutiva sem filhos. Em 2000, 10% das mulheres entre 50 e 59 anos não haviam tido filhos. Em 2022, o percentual subiu para 16%.

Segundo o IBGE, a mudança está ligada à postergação da maternidade e ao desejo crescente de não ter filhos, fenômeno observado em diversos países com perfis urbanos e envelhecimento populacional.

Bebês são fotografados em seus primeiros dias de vida — Foto: Val Fernandes/ Arquivo pessoal

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