O chocolate está entre os alimentos mais apreciados pelos brasileiros. No entanto, em meio às preocupações com a saúde, muitos têm optado pelo chocolate amargo como uma alternativa mais saudável ao tradicional chocolate ao leite. Segundo nutricionistas, essa substituição tem fundamento, desde que feita com atenção aos rótulos.
De acordo com Fernando Castro, nutricionista de Brasília, o chocolate amargo — principalmente os com 70% ou mais de cacau — possui uma composição mais benéfica à saúde. “Ele costuma ser mais saudável porque tem mais compostos que fazem bem para o coração, ajudam a combater inflamações e até favorecem o humor”, explica.
Além de conter menos açúcar e aditivos industrializados, o chocolate amargo também apresenta menor quantidade de gordura saturada e ingredientes que podem elevar o colesterol ruim. A nutricionista Thays Pomini, especializada em emagrecimento, destaca que essa versão é mais rica em minerais como ferro, magnésio, manganês, além de conter mais fibras.
Os flavonoides presentes no cacau estão associados a benefícios cardiovasculares, como a melhora da função endotelial e a redução da pressão arterial. O alimento também é fonte de polifenóis e de teobromina — substância com efeito semelhante ao da cafeína —, que estimula o sistema nervoso central e os músculos cardíacos.
Outros minerais encontrados no chocolate amargo incluem potássio, fósforo, zinco e selênio. Além disso, ele auxilia na liberação de serotonina, contribuindo para a sensação de bem-estar.
Como escolher o chocolate ideal?
A porcentagem de cacau na embalagem não é o único fator a ser observado. A nutricionista Jhenevieve Cruvinel, de São Paulo, orienta que os ingredientes devem ser analisados na ordem em que aparecem no rótulo — do mais presente ao menos presente. “O ideal é que os primeiros sejam cacau, massa de cacau, liquor ou nibs”, afirma.
Os melhores chocolates tendem a ter de três a cinco ingredientes, com pouco açúcar (menos de 10g por porção) e sem aditivos como emulsificantes e gorduras hidrogenadas. A manteiga de cacau deve ser priorizada no lugar de óleos vegetais.
Consumo diário é possível?
Sim, mas com moderação. Segundo Jhenevieve, uma porção diária de 30 a 35 gramas é aceitável dentro de uma alimentação equilibrada. Outra alternativa saudável é o uso do cacau em pó em receitas caseiras, como bolos e sobremesas, que ajudam a reduzir o teor de açúcar e aumentam o de fibras.
