Após a morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, turistas passaram a relatar nas redes sociais suas experiências no local. Entre eles está a influenciadora e mochileira Letícia Mello, que classificou a trilha até o vulcão como “a maior furada” de sua vida.
Letícia, que possui quase 50 mil seguidores, compartilhou no Instagram que subiu o Monte Rinjani em 2017 e afirmou que, apesar de já ter vivido diversas aventuras pelo mundo, foi neste local que sentiu “perigo real”. Segundo ela, decidiu relatar sua experiência para alertar outros brasileiros após a tragédia envolvendo Juliana.
“A subida ao vulcão é vendida como um passeio leve, que não exige preparo físico ou equipamento. No entanto, a realidade é muito diferente: clima severo, trilha extenuante e estrutura precária”, relatou. Letícia afirma que pagou US$ 100 pelo pacote, que incluía apenas uma jaqueta “corta-vento” mofada e bastões improvisados com galhos.
Durante a subida, metade do grupo desistiu no primeiro dia diante das condições adversas. As barracas não resistiram ao vento, e muitos turistas não estavam equipados adequadamente para o frio extremo. “A gente dormia com saco de dormir virado casaco, cachecol improvisado… Foi tenso”, relatou.
Letícia também destacou a falta de preparo dos guias, que mal falavam inglês e se limitavam a seguir o grupo sem oferecer orientação técnica ou segurança. “Subimos no escuro, com frio, e só percebemos o perigo real do penhasco à beira da trilha quando o dia clareou”, disse.
Apesar das dificuldades, ela completou a trilha até o topo do Rinjani, a 3.726 metros de altitude, mas deixou o local em choque com os riscos envolvidos. “Foi a única atividade em que saí com a sensação de que não deveria ser aberta ao público, principalmente considerando a falta de fiscalização na Indonésia”, afirmou.
A influenciadora ainda revelou que cogitou fazer uma denúncia formal sobre as condições da trilha, mas desistiu após o guia local implorar para que não falasse nada, temendo perder o emprego. “Fiquei com medo de prejudicá-lo. No fim, demos a ele uma roupa de presente”, completou.
A família de Juliana Marins segue cobrando respostas das autoridades indonésias e denunciando a falta de estrutura e segurança no local do acidente.

Influenciadora que subiu o mesmo vulcão que Juliana Marins relata experiência: ‘maior furada’