Israel lançou, nesta segunda-feira (23), uma nova onda de bombardeios contra o Irã, atingindo alvos estratégicos como uma base da Guarda Revolucionária e a penitenciária de Evin, ambos localizados em Teerã. A ofensiva ocorreu um dia após os ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas, elevando a tensão na região e provocando ameaças diretas de Teerã contra Washington.
De acordo com autoridades iranianas, os alvos israelenses incluíram instalações nucleares nas cidades de Fordo, Isfahan e Natanz. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que ainda é impossível avaliar a extensão dos danos. A penitenciária de Evin, conhecida por abrigar presos políticos e estrangeiros, sofreu danos parciais, segundo o Judiciário iraniano.
Em resposta, o Irã prometeu uma “ação firme”. O chefe do Estado-Maior iraniano, Abdolrahim Musavi, classificou os ataques americanos como um “erro” e alertou para a possibilidade de retaliações mais amplas. Um porta-voz das Forças Armadas afirmou que a ofensiva abrirá caminho para a expansão do conflito na região, enquanto o assessor do líder supremo, Akbar Velayati, ameaçou atingir bases militares dos EUA no Oriente Médio.
As tensões também causaram cortes de energia no sul de Israel, após mísseis iranianos atingirem áreas próximas a instalações estratégicas. Sirenes de alerta soaram em várias regiões, incluindo Tel Aviv.
Segundo o governo iraniano, mais de 400 civis morreram e 3.000 ficaram feridos desde o início dos confrontos. Já em Israel, o número oficial de mortos é de 24, conforme autoridades locais.
A possibilidade de fechamento do Estreito de Ormuz — por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial — foi levantada por autoridades iranianas como parte de uma possível retaliação. A Casa Branca afirmou estar monitorando ativamente a região e advertiu o Irã sobre uma “resposta tola”.
No cenário diplomático, o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu uma possível mudança de regime no Irã, embora seu governo afirme que esse não é o objetivo direto da ofensiva militar.
A AIEA confirmou que o Irã enriquece urânio a 60%, percentual abaixo do necessário para fabricação de armas nucleares, que exige 90%. Ainda assim, as autoridades iranianas garantem que seu programa tem fins civis.
A nova fase do conflito reforça a instabilidade no Oriente Médio e representa um desafio internacional com impacto direto em temas como segurança global e mercado energético.
