O novo comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Mohammad Pakpour, declarou nesta sexta-feira (13) que “as portas do inferno em breve se abrirão” para Israel, prometendo “consequências destruidoras” em resposta a ataques recentes contra território iraniano. A declaração intensifica a tensão entre os dois países, levando Israel a mobilizar reservistas em todo o território.
Pakpour assumiu o posto após a morte de Hossein Salami, seu antecessor, em um ataque atribuído a Israel. Segundo a agência estatal iraniana Irna, o novo comandante afirmou que o “regime sionista, criminoso e ilegítimo” enfrentará um “destino amargo e doloroso”.
O ataque israelense marca o ápice de quase duas décadas de ameaças por parte do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ao Irã. A ação ocorre às vésperas de uma reunião entre representantes iranianos e norte-americanos em Omã, que visa retomar as negociações sobre o programa nuclear iraniano.
Donald Trump, ex-presidente dos EUA, afirmou na quinta-feira (12) que um bom acordo estaria próximo e alertou que a interferência israelense poderia comprometer os avanços.
Especialistas apontam para uma possível articulação indireta entre Israel e os EUA. O professor Menahem Merhavy, da Universidade Hebraica de Jerusalém, sugeriu que pode haver um entendimento tácito entre os países: “Vocês negociam, e nós atacamos”.
Desde o início da guerra em outubro de 2023, após o ataque do Hamas a Israel, forças israelenses vêm realizando operações fora de seu território contra alvos ligados ao Irã. A hostilidade de Netanyahu ao Irã, no entanto, é anterior ao atual conflito. Desde 2005, o premiê já considerava o programa nuclear iraniano uma ameaça existencial a Israel.
