O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, renovou nesta quinta-feira (24) sua máxima do ano, impulsionado por um cenário externo mais favorável e um alívio nas taxas de juros futuros. No mesmo movimento, o dólar à vista fechou em baixa frente ao real, reforçando a tendência observada nos últimos dias.
A moeda norte-americana encerrou o pregão com queda de 0,43%, cotada a R$ 5,6933. No dia anterior, o dólar já havia recuado levemente, fechando em R$ 5,7177.
Já o Ibovespa subiu 1,79%, atingindo 134.580,43 pontos, em seu maior nível de fechamento desde setembro de 2024. Durante o dia, o índice se aproximou dos 135 mil pontos, sustentado por fatores como a recuperação de Wall Street, a valorização das ações da Vale e do Itaú, e o forte desempenho da Hypera, que surpreendeu o mercado com bons resultados trimestrais e avanço no processo de otimização de capital de giro.
No exterior, o recuo do dólar ocorreu em meio a uma ampla perda da moeda norte-americana frente a outras divisas, como euro, iene e libra. A movimentação foi impulsionada por declarações de autoridades do Federal Reserve (Fed), como o diretor Christopher Waller, que apontou possíveis impactos negativos da atual guerra tarifária para o mercado de trabalho dos EUA, além da presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, que sinalizou abertura para ajustes na taxa de juros ainda neste semestre.
A conjuntura econômica global também ganhou novo fôlego após indícios de que o governo norte-americano pode voltar à mesa de negociação com a China. Apesar de declarações contraditórias por parte do presidente Donald Trump e do secretário do Tesouro, Scott Bessent, o mercado reagiu com otimismo à possibilidade de um recuo nas tarifas comerciais.
Ainda assim, persistem incertezas quanto aos rumos da política econômica dos Estados Unidos, especialmente após os recentes ataques de Trump ao presidente do Fed, Jerome Powell, o que tem gerado receios quanto à independência do banco central americano.
No Brasil, o foco dos agentes financeiros esteve também nas falas de representantes do Banco Central em eventos distintos, que trouxeram à tona a agenda regulatória da autarquia para os próximos dois anos e as perspectivas para a política econômica nacional.
Combinando fatores internos e externos, o movimento da bolsa e do câmbio reflete um momento de cauteloso otimismo no mercado financeiro, à espera de sinais mais concretos sobre a trajetória da economia global e dos juros norte-americanos.
