O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmou nesta quarta-feira (18) a elevação da taxa Selic em 0,25 ponto percentual, que passou para 15%, o maior patamar desde 2006. A decisão foi tomada de forma unânime pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e pelos oito diretores que compõem o comitê.
Este é o sétimo aumento consecutivo na taxa básica de juros, que saiu de 10,5% em setembro de 2024 para o atual nível, acumulando alta de 4,5 pontos percentuais em menos de um ano — um dos ciclos de aperto monetário mais intensos das últimas duas décadas.
No comunicado oficial, o Copom indicou que pode interromper os reajustes na próxima reunião para avaliar os impactos das medidas adotadas até agora. O cenário econômico global, marcado por tensões comerciais, valorização do real e perspectivas de crescimento mundial mais fraco, influenciou o debate.
Apesar das dificuldades externas, a inflação oficial, medida pelo IPCA, segue acima da meta estipulada pelo Banco Central. Nos últimos 12 meses até maio, o índice acumulou alta de 5,3%, contra a meta de 3%. Além disso, preocupações com a situação fiscal e a atividade econômica ainda aquecida reforçam a necessidade de política monetária firme.
“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, inflação elevada, economia aquecida e pressões no mercado de trabalho”, destacou o Copom, que reforçou a intenção de manter a Selic no atual patamar caso o cenário projetado se confirme, visando garantir a redução consistente da inflação.