O programa Fantástico, da TV Globo, exibiu neste domingo (29) imagens inéditas das primeiras tentativas de resgate de Juliana Marins, publicitária brasileira de 26 anos que morreu após cair de um penhasco durante trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. A jovem caiu na madrugada do dia 21 de junho, mas seu corpo só foi resgatado quatro dias depois.
No vídeo registrado pelo próprio guia local, é possível ver a lanterna do capacete de Juliana ainda acesa após a queda. “Ela caiu em um penhasco”, diz ele na gravação.

Imagens inéditas revelam primeiras tentativas de resgate de Juliana Marins — Foto: Reprodução/TV Globo
Em entrevista exclusiva, os pais de Juliana expressaram revolta com a condução do resgate. Segundo Manoel Marins, pai da jovem, a filha havia relatado cansaço ao guia, que recomendou que ela se sentasse e, em seguida, se afastou por cerca de 10 minutos para fumar. Quando retornou, Juliana já não estava mais no local.
“Isso foi por volta de 4h da manhã. Ele só voltou a avistá-la às 6h08, quando gravou o vídeo e o enviou ao chefe dele”, contou o pai.
O resgate foi marcado por atrasos e improvisos. A primeira equipe de socorro chegou ao local por volta das 14h, utilizando apenas uma corda. Sem equipamentos apropriados, o próprio guia tentou descer até Juliana amarrando a corda à cintura, segundo relato da família.

Imagens inéditas revelam primeiras tentativas de resgate de Juliana Marins — Foto: Reprodução/TV Globo
A Defesa Civil da Indonésia (Basarnas) só foi acionada no fim do dia e chegou ao local por volta das 19h. O corpo de Juliana foi resgatado apenas na manhã de quarta-feira (25). O laudo da autópsia apontou hemorragia interna causada por lesões no tórax e indicou que a morte teria ocorrido entre 12 e 24 horas antes da remoção.
A família denuncia negligência do guia, da empresa responsável pelo passeio e das autoridades do parque. “Esses caras mataram minha filha”, disse Estela Marins, mãe da jovem. A prefeitura de Niterói, cidade natal de Juliana, assumiu os custos do traslado do corpo e anunciou a nomeação de um mirante em homenagem à jovem.

Apesar de o Parque Nacional do Monte Rinjani ser procurado por turistas do mundo todo, especialistas afirmam que o local apresenta falhas estruturais. Sinalização precária, ausência de fiscalização e equipes despreparadas dificultam o resgate em situações de emergência.
A médica Karina Oliani, especialista em áreas remotas, criticou a ausência de equipamentos adequados. “Se tivessem um drone profissional, poderiam ter enviado mantimentos e impedido que ela escorregasse mais”, afirmou.
O Fantástico informou que tentou contato com autoridades indonésias, entre elas diretores do parque, prefeitura de Lombok, ministérios e a presidência do país, mas não obteve resposta até o momento.

Juliana com guia e outros turistas durante trilha na Indonésia — Foto: Reprodução/TV Globo