Uma troca de farpas nas redes sociais entre o deputado federal Fábio Teruel (MDB) e a família da cantora Simone Mendes expôs a destinação de mais de R$ 2,2 milhões em emendas parlamentares para obras de recapeamento no condomínio de luxo Residencial Tamboré I, em Barueri, na Grande São Paulo, conhecido como a “Beverly Hills paulista”.
A polêmica começou após o parlamentar publicar um vídeo criticando Simone e seu marido, Kaká Diniz, pela recorrente fuga do cão da família, o Border Collie Jack. Na ocasião, Teruel relatou que sua esposa, a vereadora Ely Teruel (MDB), teve que resgatar o animal, encontrado em uma casa vizinha. A repercussão do vídeo levou à revelação de que o deputado e a esposa também são moradores do Tamboré I — informação que não constava nas declarações de bens feitas à Justiça Eleitoral.
Simone e Kaká responderam publicamente à crítica. O empresário ironizou o deputado, alertando sobre políticos que se aproveitam da imagem de celebridades para ganhar projeção. Simone também publicou um vídeo humorístico com o cachorro, reforçando o tom irônico. Desde então, segundo apurou o portal g1, os vizinhos cortaram relações.
O caso chamou atenção para os repasses feitos por Fábio Teruel à prefeitura de Barueri. De acordo com documentos oficiais, parte dos R$ 11 milhões em emendas destinadas pelo deputado foi usada para recapeamento de ruas no Tamboré I. A prefeitura confirmou a utilização dos recursos federais para a obra, argumentando que as vias internas do condomínio são públicas e, portanto, de responsabilidade municipal.
O deputado alegou, por nota, que apenas destinou os recursos à cidade e que a decisão sobre a aplicação cabe exclusivamente à administração local. Já a prefeitura sustentou que a escolha das áreas contempladas se baseou em laudos técnicos que indicaram alto grau de deterioração das vias devido ao tráfego intenso e chuvas.
Apesar de estar dentro da legalidade, a utilização de recursos públicos para melhorias em um condomínio onde residem celebridades, políticos e empresários bilionários levantou críticas e discussões sobre a prioridade no uso de verbas públicas.
