Os governos dos Estados Unidos e da Ucrânia assinaram nesta quarta-feira (30) um acordo estratégico voltado para a exploração das chamadas terras raras ucranianas — áreas ricas em minerais essenciais para tecnologias modernas, como baterias, armas, aviões e energia. O pacto é considerado peça-chave para manter o apoio americano ao governo ucraniano em meio à guerra contra a Rússia.

O acordo, que terá duração de 10 anos, prevê a criação de um fundo de investimento conjunto entre os dois países para financiar projetos de reconstrução e desenvolvimento econômico na Ucrânia. O fundo será abastecido com 50% dos lucros e royalties de novas permissões de extração de recursos naturais no país europeu.

Segundo o presidente dos EUA, Donald Trump, o tratado é uma forma de reembolso pelas centenas de bilhões de dólares investidos por Washington em apoio militar e financeiro à Ucrânia desde o início do conflito em 2022. O acordo também garante acesso preferencial dos EUA a novos contratos de exploração, sem transferir controle direto sobre as jazidas.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e a vice-primeira-ministra, Yulia Svyrydenko, celebraram o pacto como um marco na reconstrução da Ucrânia e uma maneira de atrair investimentos globais sem comprometer a soberania nacional sobre os recursos. O texto final do acordo não interfere no processo de adesão da Ucrânia à União Europeia.

Autoridades americanas afirmaram que o pacto é um “sinal claro à Rússia” do comprometimento dos EUA com uma Ucrânia livre e soberana. Estima-se que a Ucrânia possua cerca de 5% dos materiais estratégicos do mundo, incluindo grandes reservas de lítio, grafite, titânio e urânio.