Especialista alerta para riscos das arritmias cardíacas, condição responsável por mortes súbitas em jovens atletas
As arritmias cardíacas, condição frequentemente silenciosa e desconhecida por boa parte da população, podem atingir até um quarto das pessoas ao longo da vida, segundo o cardiologista Eduardo Saad, coordenador do Serviço de Arritmias Cardíacas do Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. O especialista assume, nesta sexta-feira (16), uma cadeira na Academia Nacional de Medicina (ANM) e aproveita o momento para alertar sobre os riscos do quadro, que pode levar à morte súbita se não for diagnosticado e tratado.
O tema ganhou atenção nacional após a morte do jogador uruguaio Juan Manuel Izquierdo, de 27 anos, durante uma partida em São Paulo, no ano passado. O atleta sofreu uma parada cardíaca causada por uma arritmia não identificada anteriormente. Casos como esse revelam o quanto a condição pode passar despercebida, mesmo entre pessoas jovens e aparentemente saudáveis.
De acordo com Eduardo Saad, as arritmias consistem em alterações no ritmo dos batimentos cardíacos, que podem acelerar, desacelerar ou tornar-se irregulares. Em muitos casos, os sintomas são sutis ou inexistentes, dificultando o diagnóstico precoce. “Infelizmente, há pacientes que descobrem a arritmia apenas após episódios graves, como desmaios ou paradas cardíacas”, afirma o médico.
O cardiologista reforça a importância de check-ups regulares, especialmente entre atletas e pessoas com histórico familiar de problemas cardíacos. “Com exames simples como o eletrocardiograma ou o teste de esforço, já é possível detectar sinais de alerta e indicar o acompanhamento adequado”, explica.
A posse de Saad na ANM simboliza não apenas o reconhecimento por sua contribuição à medicina, mas também o reforço da necessidade de ampliação da conscientização sobre doenças cardíacas silenciosas. Ele afirma que pretende usar a nova posição para fortalecer campanhas de prevenção e diagnóstico precoce.
Foto: Guito Moreto/Agência O Globo
