Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) revelou que alguns dos alimentos mais consumidos no Brasil podem ter impacto direto sobre a expectativa de vida saudável da população. Utilizando o Índice Nutricional de Saúde (HENI), os pesquisadores avaliaram os 33 itens que mais contribuem para a ingestão calórica dos brasileiros, com base nos dados da Pesquisa Nacional de Alimentação (INA 2017–2018).

Segundo o levantamento, o consumo de uma porção de biscoito recheado está associado à perda média de 39,69 minutos de vida saudável. Por outro lado, alimentos como banana e feijão demonstraram efeito oposto: podem adicionar 8,08 e 6,53 minutos, respectivamente, à vida saudável por porção consumida.

O HENI avalia 15 componentes nutricionais, incluindo substâncias associadas ao risco de doenças (como sódio, gorduras trans e açúcares) e nutrientes benéficos (como fibras, proteínas vegetais e ômega-3). A média nacional do índice foi negativa, com perda de 5,89 minutos de vida saudável por alimento analisado — reflexo de padrões alimentares pouco equilibrados entre os brasileiros.

Os autores do estudo destacam que o objetivo não é demonizar alimentos isolados, mas promover decisões alimentares mais conscientes. Trocar itens com alto impacto negativo por opções mais saudáveis pode contribuir significativamente para a saúde pública.

Além dos efeitos sobre a saúde, a pesquisa também abordou o impacto ambiental dos alimentos, considerando emissões de gases de efeito estufa e uso de recursos hídricos. A carne bovina, por exemplo, foi apontada como um dos alimentos com maior emissão de CO₂ por porção, enquanto alimentos como a banana apresentaram impacto ambiental reduzido.

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