BRASILEIRO DESENVOLVE TESTE DE SALIVA PARA DETECTAR ALZHEIMER 20 ANOS ANTES DOS SINTOMAS

Por Redação 17/06/2025 18:30 • Atualizado Há 2 dias
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Um pesquisador brasileiro está na dianteira de uma inovação que pode revolucionar o diagnóstico do Alzheimer. Gustavo Alves Andrade dos Santos, doutor em biotecnologia, apresentou no 50º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas, realizado em Campinas até o dia 18, um projeto capaz de identificar a doença por meio da saliva até 20 anos antes dos primeiros sintomas.

Santos é pesquisador colaborador da Unicamp e realiza seu pós-doutorado na USP de Ribeirão Preto. Seu trabalho, iniciado em 2012, busca detectar biomarcadores presentes na saliva — um fluido composto por centenas de substâncias que podem revelar sinais precoces de doenças neurodegenerativas.

Segundo o cientista, o Alzheimer passou a ser considerado uma condição em continuum, ou seja, sua progressão ocorre de forma gradual ao longo do tempo. Isso inclui fases pré-clínicas e prodromais, que antecedem os sintomas clássicos. “Já sabemos que é viável detectar o Alzheimer dessa forma e agora vamos estender a pesquisa para grupos de diferentes faixas etárias”, explicou.

O grande avanço seria permitir o diagnóstico antes mesmo do comprometimento clínico dos neurônios, possibilitando a adoção de estratégias preventivas. “Com o marcador certo, sairemos dos testes indiretos e poderemos atuar mais cedo”, disse Santos.

O projeto identificou concentrações elevadas da proteína tau hiperfosforilada (pTAU) em pacientes com Alzheimer, com níveis significativamente menores em jovens saudáveis. O uso da saliva representa uma alternativa de baixo custo, não invasiva e de fácil acesso — o que pode ser decisivo em países com menor renda e estrutura médica, como o Brasil.

Estima-se que, até 2030, 75 milhões de pessoas no mundo viverão com algum tipo de demência, sendo o Alzheimer o tipo mais comum. Para o pesquisador, políticas públicas precisam priorizar esse cenário, especialmente diante de fatores agravantes como sedentarismo, má alimentação, tabagismo e baixa escolaridade.

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