DEPRESSÃO MASCULINA OCULTA EXIGE OLHAR ATENTO A SINTOMAS NÃO CONVENCIONAIS

Por Redação 18/06/2025 15:56 • Atualizado Há 14 horas
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A depressão masculina pode se manifestar de forma silenciosa e camuflada por comportamentos destrutivos. É o que defende o terapeuta familiar norte-americano Terrence Real, autor do livro “Não Quero Falar Sobre Isso – Como Superar o Legado da Depressão Masculina”, lançado no Brasil em maio. O tema foi também discutido no programa Papo de Segunda da última segunda-feira (16), que trouxe o jornalista Xico Sá como convidado especial.

Segundo Real, muitos homens não se encaixam no padrão clássico de diagnóstico da depressão, o que leva a uma espécie de epidemia invisível. Em vez de expressar tristeza ou apatia, comum em diagnósticos femininos, os homens tendem a mascarar a dor com vícios, raiva, isolamento ou até comportamentos violentos.

“Na depressão oculta, você não vê a depressão em si. Você vê o que o homem está fazendo para tentar desesperadamente afastá-la”, afirmou Real em entrevista à Folha de S. Paulo. Ele destaca ainda que essa forma de depressão não é totalmente silenciosa — há sinais, embora sutis, como abuso de substâncias, vício em sexo, excesso de trabalho e agressividade.

Durante a conversa no Papo de Segunda, os participantes abordaram como a construção social da masculinidade dificulta que os homens reconheçam e expressem suas emoções. O machismo estrutural, somado à falta de espaços seguros para o diálogo emocional, contribui para o agravamento desses quadros.

Terrence Real explica que o caminho para o tratamento começa, muitas vezes, pela superfície: combatendo os vícios e comportamentos compulsivos. “Depois, quando a pessoa alcança um certo grau de sobriedade em relação a isso, a depressão que está por baixo começa a aparecer. Nesse ponto, é possível tratá-la com terapia e conversa”, reforça.

A discussão chama atenção para a necessidade de um olhar mais cuidadoso e inclusivo nos diagnósticos e tratamentos de saúde mental voltados para os homens, e propõe uma masculinidade mais saudável e aberta ao acolhimento emocional.

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