JAPÃO TESTARÁ SANGUE ARTIFICIAL COMPATÍVEL COM TODOS OS TIPOS AINDA EM 2025

Por Redação 05/06/2025 11:07 • Atualizado 05/06/2025
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O Japão anunciou que começará ainda em 2025 os testes em humanos com sangue artificial compatível com todos os tipos sanguíneos. A iniciativa, desenvolvida pela Universidade Médica de Nara, promete transformar a medicina global ao resolver um dos maiores desafios da saúde pública: a escassez de sangue para transfusões.

Os testes clínicos marcam a próxima fase de uma pesquisa iniciada em 2022, quando as chamadas “vesículas de hemoglobina” foram testadas em animais com bons resultados. Essas partículas imitam a função dos glóbulos vermelhos ao transportar oxigênio e, até agora, não apresentaram efeitos colaterais significativos.

Com apenas 250 nanômetros, essas vesículas são construídas para desempenhar o mesmo papel das células sanguíneas naturais. A grande inovação está na compatibilidade universal: o sangue artificial pode ser usado em qualquer paciente, eliminando a necessidade de testes de tipagem em situações de emergência.

Além disso, o produto pode ser armazenado à temperatura ambiente por até um ano, o que representa uma vantagem significativa frente ao sangue humano, que precisa ser refrigerado e tem validade limitada. Essa característica torna o sangue sintético ideal para uso em áreas remotas, zonas de conflito ou durante desastres naturais.

A nova fase dos estudos utilizará entre 100 e 400 mililitros do sangue artificial em voluntários, para testar a segurança do uso em humanos. O objetivo é preparar a tecnologia para uma possível implementação em larga escala até 2030.

A hemoglobina usada é extraída de doações humanas vencidas e “empacotada” em cápsulas protetoras, eliminando a necessidade de compatibilidade sanguínea. Outro método estudado no Japão encapsula a hemoglobina em albuminas, proteínas que também ajudam no tratamento de hemorragias e derrames.

Atualmente, países ricos e pobres enfrentam dificuldades para manter estoques de sangue. Em locais com menos estrutura, menos da metade da demanda por transfusões é atendida. No Japão, o envelhecimento da população e a queda na taxa de natalidade agravam esse problema, tornando a criação de sangue artificial uma prioridade nacional.

O projeto é liderado pelo professor Hiromi Sakai, que espera que a nova tecnologia possa salvar milhões de vidas e diminuir a dependência de doações constantes. Se os testes forem bem-sucedidos, o Japão poderá se tornar pioneiro em uma revolução médica de escala global.

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