CARROS ELÉTRICOS ‘BARATOS’ DA CHINA TRANSFORMAM O MERCADO GLOBAL E PREOCUPAM POTÊNCIAS

Por Redação 29/06/2025 15:00 • Atualizado Há 2 dias
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O avanço das montadoras chinesas no mercado internacional de carros elétricos está redesenhando a indústria automotiva. Modelos acessíveis, como o Seagull — lançado na Europa como Dolphin Surf —, têm conquistado consumidores por aliar design moderno, eficiência energética e preços significativamente mais baixos que os concorrentes ocidentais. Na China, onde o modelo já é um sucesso desde 2023, o veículo é vendido por valores bem abaixo dos praticados nos Estados Unidos e Europa.

A BYD ultrapassou a Tesla em 2024 para se tornar a marca de veículos elétricos mais vendida do mundo© STR via Getty

Fabricado pela BYD, empresa que superou a Tesla em 2024 em vendas globais de veículos elétricos, o Dolphin Surf chega ao Reino Unido custando cerca de £18 mil (R$ 135 mil), pressionando marcas tradicionais a se adaptarem. A BYD, junto com outras marcas como Nio, Xpeng e Zeekr, vem ampliando sua presença fora da Ásia, impulsionada por subsídios estatais, cadeia de suprimentos eficiente e domínio na produção de baterias.

A competitividade das montadoras chinesas tem provocado reações políticas e comerciais. Os EUA aumentaram para 100% as tarifas sobre carros elétricos da China, enquanto a União Europeia impôs tarifas extras de até 35,3%. Em meio ao embate, governos e especialistas ocidentais expressam preocupação com possíveis riscos de segurança cibernética e uso de tecnologia para espionagem, embora não haja provas concretas até o momento.

O plano “Made in China 2025”, anunciado pelo governo chinês, foi essencial para o crescimento das fabricantes. Empresas como a BYD e a SAIC (que controla a MG) deixaram de ser desconhecidas para se tornarem gigantes globais. Hoje, marcas chinesas já representam 10% das vendas de veículos elétricos fora da China, segundo a consultoria Rho Motion, e a tendência é de crescimento.

Enquanto isso, fabricantes europeus, como a Renault, correm para modernizar fábricas e reduzir custos, investindo em polos tecnológicos para competir com os modelos asiáticos. A Renault, por exemplo, desenvolveu o novo Renault 5 E-tech como uma tentativa de resgatar o apelo de modelos populares do passado, combinando herança com inovação.

Apesar das desconfianças quanto à segurança, especialistas ressaltam que grande parte dos veículos no mercado — mesmo os fabricados na Europa — já utilizam componentes chineses. A presença da China no setor automotivo global, portanto, parece ser inevitável e crescente.

O que está por trás dos carros elétricos ‘baratos’ da China, que estão tomando o mercado global© Getty Images

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